A manifestação de hoje, em Luanda, contrariando a propaganda do regime, que propala que ao abrigo do artigo 47 da Constituição todos se podem manifestar, resultou em actos de extrema violência, detenções e deslocação dos detidos para parte incerta.
M ais uma vez a brutalidade do regime mostrou, embora sejam poucos os que queiram ver, que só existe liberdade quando é para idolatrar a figura de José Eduardo dos Santos ou, ainda, para bajular as sua políticas.
Anunciada e comunicada a tempo e horas, e cumprindo todas as formalidades legais (se bem que a lei em Angola é letra morta), a manifestação visava denunciar a habitual brutalidade policial contra manifestantes.
Não deixando os seus créditos por cassetetes e armas alheias, a Polícia Nacional (do MPLA), materializou as suas intenções de dar porrada a todos quantos ousem perturbar o sono divino do “querido líder”, por sinal novo membro do Conselho de Segurança da ONU.
Com esta prática reiterada, o regime pretende ensinar o Presidente Obama qual é a melhor forma, obviamente espontânea, legal e democrata, de acabar com manifestações sem sequer usar gás lacrimogéneo. De facto, porrada e balas são métodos mais eficazes de um regime que se diz democrata mas tem tudo de ditador.
Já há vários detidos, entre eles estão Nito Alves, , Domingos David Cruz, Mbanza Adolfo Campos, que estão a ser levados para lugar incerto, já que não deram entrada nas esquadras de Luanda.
Tudo indica que, a fazer fé na tradição democrática das forças policiais, serão despejados – espera-se que com vida – numa outra província.